sábado, 20 de março de 2010

Carriço Filmes

Carriço - Memórias do Cinema Mineiro | Juiz de Fora from Cidades Invisíveis on Vimeo.

Inauguração do UCI Kinoplex Independência

O novo cinema de Juiz de Fora: UCI Kinoplex - Independência Shopping é mesmo um espetáculo a parte.
A TV ZINE e a imprensa de Juiz de Fora foram recepcionados pelo Staff do cinema que os conduziu para coletiva e posteriormente para um tour pelas dependências.

Confira também o coquetel de inauguração do UCI Kinoplex e depoimento dos anfitriões e figuras importantes de Juiz de Fora.

sábado, 13 de março de 2010

Cines Alameda


Localizado na rua Moraes Castro, n. 300, o cinema Alameda era um conjunto de salas com capacidade total de 433 espectadores, dividido inicialmente em três salas: a sala 1 com 196 lugares, a sala 2 com 135 lugares e a sala 3 com 62 lugares.

Com o decorrer do tempo, o espaço dos cinemas dentro do shopping foi ampliado e houve um segundo projeto arquitetônico, ampliando de três para cinco salas de exibição, aumentando portanto a capacidade de espectadores devido também ao grande sucesso das salas dentro do empreendimento comercial que inicialmente não era previsto a instalação das mesmas.

Infelizmente, devido às transformações do mercado do enfrentar atropelar empresa mundo afora, a Moviecom, empresa da Cinematográfica Ipatinga Ltda., administradora das salas, teve que fechar diversas salas de exibição que possuía em diferentes locais do Brasil. Em Juiz de Fora não foi diferente. Devido à abrupta queda de público (devido à concorrência local desencadeada principalmente com a inauguração do Independência Shopping, onde se instalou o complexo UCI Kinoplex, do grupo Severiano Ribeiro) o Cinema Alameda encerrou suas atividades no ano de 2008, menos de seis meses após a abertura de seu principal concorrência.


Cine Benfica

O Cine Benfica ficava localizado na rua Tomé de Souza no bairro Benfica.
Ficou fechado por muitos anos para a atividade cinematográfica, sendo utilizado apenas como Salão Paroquial (Salão Paroquial Pio XI). Depois de reformado, hoje funciona o Centro Cultural Benfica (foto abaixo).



quinta-feira, 11 de março de 2010

Modernidade acaba com cinemas antigos

“À espera de um milagre”. O título do filme exibido durante a última sessão do Cine Veneza reflete a situação das grandes salas de exibição de Juiz de Fora, que estão fechando por falta de público, graças à concorrência com os cinemas Multiplex nos shopping centers. Tudo indica que esta é a nova tendência neste ramo. O Central reabriu como sala de espetáculos, o Excelsior continua “fechado para reformas” e o Palace retornou dentro da nova estética, agora dividido em duas salas e com uma proposta de divulgação cultural. O único cinema tradicional que não sofreu nenhum tipo de mudança foi o São Luís, que sobrevive graças aos filmes pornográficos que exibe. Enquanto isso, o shopping Santa Cruz abre duas salas e o Alameda, três, o que confirma a idéia de que este fenômeno pode indicar o futuro no ramo de exibição de filmes em nossa cidade.

Antes eram quinze: Cine Central, Excelsior, Palace, Festival, Glória, Popular, Rex, Para Todos, São Luís, Benfica, Auditorium, Real, Paraíso, Instituto Jesus e São Mateus. Hoje o número caiu para nove, sendo seis delas dentro de shopping centers.

A trajetória dos cinemas em Juiz de Fora se confunde com a própria história da cidade. Até os anos 30, havia uma única sala de exibição. O Politheama parecia um circo que tinha, no lugar do picadeiro, uma tela de cinema. Mas o espaço começou a ficar reduzido para os sonhos dos juizforanos. A direção do Politheama aspirava por trazer para a cidade as companhias de cinema, teatro, ópera e balé que se apresentavam no Rio de Janeiro e em São Paulo. Com isso, as famílias ricas decidiram construir um teatro que pudesse tornar isso possível. Assim nasceu, em 1930, o Cine Teatro Central, construído para abrigar 2.064 pessoas. Em uma única semana eram exibidos três filmes diferentes. Artistas como Procópio e Bibi Ferreira se apresentavam em temporadas quinzenais, com uma peça diferente a cada dia. Hoje ele não é mais um cinema. Passou por uma reforma e foi reinaugurado em 1996, recebendo desde então peças de teatro e grupos de dança.

Depois do sucesso do Central, quatorze outras salas de exibição foram construídas. Os cinemas se tornaram mania na cidade. Não havia bares nem aulas noturnas. Além de servir ao entretenimento e à diversão, as salas de exibição eram o espaço onde se cruzavam os olhos e se uniam corações. O atual gerente dos Cines Santa Cruz e do Cine Star, Waltencir Pariezzi conta: “Para que os rapazes pudessem beijar as namoradas, eles se escondiam no cinema. As moças botavam roupas novas e desfilavam perto da fila da bilheteria”. Os cinemas que existiam na cidade eram especializados. O Excelsior só exibia filmes da Fox. Não acei-tava obras de outras companhias. O Cine Central adotava uma programação que contava com filmes de aventura e ação, voltados para as classes média e baixa. O Palace exibia romances e dramas. Como as opções, o público que lotava as salas de exibição era bastante eclético. Além das sessões especiais para mulheres, havia matinês para crianças. Pessoas de qualquer idade ou sexo faziam da platéia extensão de seus lares, e da tela, projeção de seus sonhos.

Waltencir Parizzi descreve as peripécias dos jovens na frente dos cinemas. “A fila boba causava muita graça”. Era o meio que os estudantes tinham para reclamar do aumento do preço do bilhete. “Eles entravam na fila mas não compravam o ingresso. Quando chegava a vez, saíam e retornavam ao final. Queriam só tumultuar”. O cineasta Franco Groia afirma que a crise de audiência veio, em parte, com o advento dos vídeo-cassetes e das TV’s por assinatura. As salas de exibição deixaram de ser o único meio de distribuição cinematográfica. O preço aumentou e o prazer de assitir filme no cinema ficou mais elitizado. Antes, o cinema era um evento social mais frequente. Hoje, é mais individual e esporádico. A classe baixa só vai se tiver o apelo da mídia televisiva. Começam a surgir os “cinemas de shopping”.

Cine Veneza nasceu na contramão desta tendência, no final da década de 80, como cinema de rua, tentando resgatar a tradição das grandes salas de exibição. Infelizmente acabou fechando por falta de público. Foi o último suspiro de uma tradição. A única sala tradicional que continua ativa até hoje é o Cine São Luís, que começou exibindo filmes normais para depois cair no circuito pornográfico. A gerente Dirce Parise afirma que o público é modesto, mas fiel. A mudança dos títulos é semanal mas ela afirma que muitas pessoas costumam ir todos os dias. De qualquer forma, o São Luís continua com o maior giro de espectadores de filme pornográfico da América Latina.

Multiplex caminha no sentido de uma maior escolha por filmes e formação de um local próprio para lazer. Com três ou quatro salas pequenas exibindo o mesmo filme, o público passa a ter maior variedade de escolha de horários. Além disso a rotatividade é maior, com a média de um filme novo por semana. Desta forma, os grandes grupos distribuidores lucram mais com a percentagem das bilheterias. “A receptividade do público é boa”, diz a gerente dos Cines Alameda, Helena Farias. O único problema apontado por ela é o excesso de procura pelas salas. “Às vezes os ingressos se esgotam uma hora antes da sessão”, diz ela.

Quanto ao futuro das grandes salas hoje desativadas, as sugestões são as mais variadas. Helena sugere sua transformação em teatros. O cineasta Franco Groia sugere a formação de centros de convenção, junto com a exibição de filmes, pois o público não pode perder o direito à escolha de assistir a um filme numa grande sala, relembrando as tradições de uma era dourada da sociedade juizforana. O importante é que grandes salas se mantenham fiéis ao seu compromisso com a difusão cultural, prinicpalmente numa época em que o comércio insiste em dar as cartas. Inclusive na sétima arte.

(Matéria publicada no "Jornal de Estudo" da Facom-UFJF, 2001)


quarta-feira, 10 de março de 2010

Cinema do Alameda volta a funcionar até final deste mês

Fechadas desde agosto, quando o grupo Moviecom encerrou as atividades em Juiz de Fora, as cinco salas de cinema do Alameda, com capacidade para 900 lugares no total, voltarão a funcionar até o final de janeiro. Com o nome Espaço Alameda de Cinema, o multiplex volta ao mercado com novos equipamentos e instalações reformadas. Assumindo a direção, o Grupo Espaço - responsável por 74 salas em oito estados do país - promete uma nova proposta de gestão, contemplando simultaneamente filmes alternativos e comerciais. A operadora, que tem sede em São Paulo, já atua na cidade há dez anos, à frente do Cinearte Palace.

O diretor do Grupo Espaço Adhemar Oliveira garante que o empreendimento é comercialmente promissor, apesar da concorrência no ramo. “Há um público que já estava acostumado a frequentar o cinema no local, porque mora nas proximidades ou gosta do conforto que o lugar oferece. Por outro lado, temos um centro comercial que precisa do cinema para se completar”, explica. Demonstrando entusiasmo com a nova fase, a direção do Alameda comemora a chegada da nova administradora. “Encontramos um grande parceiro, disposto a apostar em um lugar de boa aceitação e com possibilidades futuras de crescimento”, comenta o gerente do mall, Ricardo Derze.
Apesar das obras no local estarem em estágio avançado, a direção do Espaço Alameda de Cinema preferiu não fixar uma data de inauguração, na intenção de evitar adiamentos em caso de atraso nos preparativos. Adhemar garante, entretanto, que até o final deste mês os espectadores poderão usufruir das novas instalações. Para o cinema abrir as portas, faltam detalhes de acabamento, como a instalação das luzes de piso, além de ajustes nos sistemas de som e projeção.
A estrutura física das salas, entretanto, não foi modificada. De acordo com Ricardo Derze, o investimento não se justificaria, já que o grupo estuda a possibilidade de ampliar a área ocupada pelo mall. Nesse caso, outro local do complexo seria destinado à construção de novas salas de cinema.

Promessa de novidades
Mesmo sem divulgar informações sobre preço dos ingressos e sessões promocionais, Adhemar Oliveira garante que haverá novidades, incluindo a possibilidade de horários alternativos. O grupo, aliás, discute com a administração do Alameda a viabilidade dos chamados noitões, maratonas noturnas de cinema com direito a café da manhã no fim da última sessão.

Em relação à venda de ingressos, serão mantidas as compras antecipadas via internet. O sistema on-line funcionará em parceria com o site www.ingresso.com, que atende diversos exibidores no país. Já para tentar solucionar a dificuldade de estacionamento nos arredores do Alameda, Ricardo Derze anuncia tarifa promocional para os usuários do cinema, ao preço de R$ 3 por quatro horas.

Programação mista
Para resistir à concorrência das outras salas em operação na cidade, o Grupo Espaço aposta na diversificação da programação, abrindo um leque de opções que vai atender simultaneamente o circuito comercial e o cinema alternativo. Para tanto, as salas 1 e 2, localizadas no primeiro piso, receberão equipamentos com tecnologia digital, o que permitirá, segundo Adhemar, a exibição de alguns filmes que até então não chegavam a Juiz de Fora, como “A vida até parece uma festa”, de Branco Mello e Oscar Rodrigues Alves, e o documentário argentino “O café dos maestros”, de Miguel Kohan, ambos previstos na programação de estreia.

O diretor do Grupo Espaço lembra, entretanto, que a quantidade de filmes alternativos em cartaz e o período de permanência dos títulos dependerá do público. “A programação não é jogo de uma pessoa só, é xadrez, depende do cliente”, resume.

As duas salas de maior capacidade, 4 e 5, com 250 e 220 lugares respectivamente, serão equipadas com projetores 35mm e terão programação focada nas grandes produções. Já a sala 3 receberá ambos os formatos de equipamento, podendo ser utilizada de acordo com a demanda e a oferta de títulos de cada temporada. “Estamos tentando conjugar atrações para incluir todos os tipos de preferências. Existe público para isso”, aposta Adhemar.

(Fonte: Jornal Tribuna de Minas - 21-01-2009)


terça-feira, 9 de março de 2010

Juiz de Fora ganha mais cinco salas de cinema

iJuiz de Fora terá mais cinco salas de projeção que a rede de cinema UCI Kinoplex, em parceria com o Grupo Severiano Ribeiro, vai inaugurar no Independência Shopping. A previsão da assessoria de comunicação da rede UCI é de que o espaço esteja em funcionamento a partir de abril com 1.163 novas poltronas, ampliando em cerca de 70% o número disponível hoje nas nove salas existentes, que é de 1.571. Apesar de a empresa não informar detalhes sobre programação e serviços, a expectativa dos cinéfilos é de que o aumento de mais de 50% no número de salas diminua a demora da chegada, ou mesmo a ausência, de grandes sucessos na cidade, “ou, quem sabe, mantenha longas bem-sucedidos por mais tempo em cartaz”, como espera a produtora de cinema Lilian Maranhão.

Com investimento de cerca de R$ 1 milhão por sala, a UCI promete trazer para a cidade salas em formato stadium (estilo arquibancada), cadeiras love seat (assentos duplos, reclináveis, em que o apoio central para o braço pode ser levantado), 21 espaços reservados para deficientes físicos, som dolby digital (com canais de som separados) e bonbonnière. “A demanda por novos espaços é grande, mas por aqueles melhor equipados é maior ainda”, reclama o professor de cinema e membro do Luzes da Cidade, Nilson Alvarenga, reforçando a idéia defendida pelo cineasta Marcos Pimentel, no que diz respeito à formação de um novo público. “Sempre que um espaço é criado, nasce uma leva de freqüentadores.”

Em entrevista por e-mail, a diretora de marketing da UCI, Monica Portella, informou que as salas 1, 2, 3, 4 e 5 terão 165, 249, 335, 249 e 165 lugares, respectivamente, mas não deu detalhes sobre as estratégias para ocupação das salas. Segundo ela, a empresa tem interesse em promover descontos e conhecer o mercado da cidade, o que será feito após a inauguração do cinema. “Com o tempo, serão percebidos o perfil, os desejos e as necessidades do público, e vamos moldando a programação a estes usuários”, conclui.

A falta de informação provoca especulação entre os futuros freqüentadores. O jornalista Luís Felipe Salgado, 25 anos, espera que o preço dos bilhetes acompanhe a realidade de Juiz de Fora, onde o custo de uma entrada varia entre R$ 6 e R$ 12. Uma boa notícia fica por conta dos horários lternativos. Para atender a parcela da população impossibilitada de assistir aos filmes nas telonas em horários convencionais, a diretoria de Marketing anuncia sessões matinais aos sábados e domingos, com início ao meio-dia, e saideiras às sextas e aos sábados, a partir de meia-noite.

Mercado local se prepara para a nova realidade
Das 121 salas que a UCI tem distribuídas em 11 espaços pelo Brasil, 18 estão no New York City Center, na Barra da Tijuca, no Rio. A unidade tem bilheteria com descontos semanais, a primeira sala com projeção digital do país e 4.612 poltronas - quase o triplo de todas as salas de Juiz de Fora juntas. A Moviecom, que é a primeira em número de cinemas na cidade atualmente (são cinco no Alameda), embora gerencie 91 salas de exibição em topo país, 30 salas a menos que a UCI, não demonstra preocupação frente ao poder de barganha do concorrente. “Temos boa infra-estrutura, capaz de concorrer de igual para igual com eles”, destaca o gerente comercial, Gustavo Ballarin, revelando que o grupo atinge 21 centros de entretenimento, dez a mais que a UCI. Fernando Costa, proprietário da empresa que responde pelo DuoCine Santa Cruz, não tem a mesma tranqüilidade. “A UCI é uma empresa forte, que pode dificultar nosso acesso aos lançamentos. Provavelmente, vamos comer do bolo quando este estiver bem devorado”, dispara Costa, adiantando que uma das estratégias da empresa será a manutenção das cópias dubladas.

Se o Cinearte Palace vai fechar suas portas, não se sabe, mas o vácuo que seria deixado na grade de lançamentos de filmes de arte, caso as duas salas parem de funcionar, não poderia ser preenchido pela UCI, na opinião do professor e também membro do Luzes da Cidade, Carlos Pernisa (Junito) Jr.. O argumento é sustentado pela localização do novo cinema, que, por estar instalado em um shopping, não seria tão próximo do vaivém urbano. “É diferente quando você passa pela rua e resolve entrar para assistir a um filme.” Sobre a colocação do professor, a UCI deixa claro sua política. “Filmes nacionais são sempre exibidos, e filmes de arte são colocados e retirados da programação de acordo com a demanda percebida a partir do funcionamento das salas através do desejo manifestado pelo público”, pontua Monica Portella.

Luís Felipe Salgado espera que, por ser considerada forte, a UCI fomente o aumento de ofertas na cidade. De olho nas produções nacionais e alternativas, o jornalista almeja ainda que a rede fique atenta aos produtos que não são lançados com garantia de sucesso no país. “Espero poder comprar bilhetes para sucessos nacionais que são jogados no mercado com poucas cópias, como ocorreu com ‘2 filhos de Francisco’, disponível somente em 40 reproduções.”

Na contramão, o empresário José Eduardo Arcuri, 57, acredita que, apesar do aumento no número de salas e, conseqüentemente, de cadeiras, a grade de programação do Independência Shopping acompanhará a do grupo Moviecom, no Alameda. Ele, que já pegou a estrada para o Rio muitas vezes atrás de películas que não estiveram em cartaz por aqui, aposta “em mais um movimento pró ‘cinemão americano’”.

Um debate que se arrasta
A demora e a ausência de sucessos de bilheteria em Juiz de Fora são uma realidade antiga, mas que se intensificou em 2007. Em agosto, a Tribuna fez um levantamento dos principais longas que chegaram atrasados ou ficaram de fora das telonas locais. “Saneamento básico”, “O cheiro do ralo”, “Babel”, “Déjà vu”, “A rainha” e “Dream girls - Em busca do sonho” chegaram por aqui 30 dias depois de estrear nas principais salas do país. Já “Apocalypto” e “Borat” superaram um mês de atraso, ficando à frente de “O último rei da Escócia” e “O bom pastor”, que só entraram em cartaz 90 dias depois, enquanto que os estrangeiros “Pecados íntimos” e “Cartas de Iwo Jima” e os nacionais “Cão sem dono” e “500 almas” nem deram o ar da graça.

A Tribuna listou 20 estréias de 2008 que ainda não foram projetadas em Juiz de Fora, dos quais sete estavam entre os indicados ao Oscar, como “Juno”, “Sangue negro” e “Onde os fracos não têm vez”, eleito melhor filme. Outros filmes, como “Sweeney Todd”, “Os indomáveis” e “O caçador de pipas” chegaram com atraso de mais de 15 dias.

Aproveitando a deixa da discussão, Carlos Pernisa (Junito) Jr. e Nilson Alvarenga insistem que, independentemente da quantidade de salas, o motivo do atraso seria o reduzido número de cópias disponibilizadas pelas distribuidoras. “Juiz de Fora está no que chamamos de terceiro nível, atrás do trio Rio, São Paulo e Belo Horizonte, que vem seguido de outras capitais, como Salvador, Porto Alegre e Fortaleza”, explica Junito, assinalando ainda que, conforme o estado de deterioração da película, a cópia pode ou não parar de circular. “Eu já vi filmes em péssimo estado, e esses não podem rodar mais.” Alvarenga, no entanto, vai além e sugere uma parceria entre os grupos de cinema da cidade para efetuarem um rodízio de filmes, iniciativa que, segundo ele, atenderia os diversos públicos e reduziria o problema provocado pela quantidade insuficiente de reproduções. O que se pode dizer é que as dúvidas e a expectativa só serão respondidas quando as luzes da UCI Kinoplex em Juiz de Fora estiverem acesas.

(Fonte: Jornal Tribuna de Minas - 10-03-2008)



domingo, 7 de março de 2010

Cinema São Luiz

Em 1959, com capacidade e de 816 espectadores, foi inaugurado na parte baixa da rua Halfeld, número 213, o Cinema São Luiz, onde eram exibidos grandes lançamentos nacionais da sétima arte. Na década de 80, porém, a sala tornou-se um reduto de produções pornográficas e a cidade perdeu mais um belo espaço de lazer e cultura.

O prédio onde abrigava o cinema São Luiz, na verdade, é mais antigo do que a própria atividade cinematográfica que nele funcionava. Seu alvará de construção foi emitido em 1937 e seu proprietário era Luiz Cristóvão Dias.

No ano de 1954, a Companhia Central de Diversões entra com projeto de modificação no primeiro andar do prédio, utilizado anteriormente como lojas comerciais, transformando-se definitivamente em cinema, sendo aprovado na data 14 de julho do mesmo ano.

A prefeitura concede o “habite-se” à nova atividade no dia 7 de janeiro de 1955.

O cinema São Luiz estava situado na rua Halfeld, número 213-A e 213-B. Antigamente, era freqüentado pela “alta sociedade” juizforana e exibiu várias mostras de cinema-arte.

No dia 30 de julho de 1975, a Companhia Cinematográfica Franco-Brasileira, do Rio de Janeiro, mesmos donos do Cinema Excelsior, compra o imóvel pelo valor de 400.000 cruzeiros dos proprietários Maria Amélia Lamas Dias, Maria de Lourdes Cristovão Guimarães, Gabriel Ribeiro Guimarães, Erothides Dias Ladeira e Mario Hugo Ladeira.

Em sua fase final de vida como sala de exibição ficou mais conhecido como “cinema pornográfico”.

O cinema possuía um único piso com 816 poltronas revestidas a couro legítimo, mantendo a sua decoração original. O número de empregados, ao final de sua vida cinematográfica, era de seis funcionários. Segundo o gerente do cinema, ele dava lucro mesmo não tendo grande número de freqüenta atores.

A prefeitura declarou o tombamento do prédio do edifício do Cinema São Luiz no dia 06 de julho de 1999, colocando-o como um importante elemento arquitetônico do complexo compreendido em torno da Praça da Estação.

Todas as construções edificadas entre o final do século XIX e as primeiras décadas do século XX, montam um cenário em que a história tem continuidade nas décadas posteriores, até os anos 40, com construções Art-Déco.

O estilo Art-Déco de sua construção negava a utilização exagerada da ornamentação, sustentando massas puras e limpas de concreto. A racionalidade das formas, refletida no emprego das linhas geometrizadas é sua característica mais marcante. Nota-se uma influência da cultura indígena na Praça João Penido, conhecida como Praça da Estação, a linguagem Déco é contada desde os primeiros edifícios ecléticos, refletindo a evolução pela qual passou a cidade naquele período de tempo.

O edifício do Cinema São Luiz, apesar de não pertencer ao ecletismo, como na maioria das construções da praça, é peça fundamental no conjunto desses monumentos, pois mantém a mesma linguagem característica de suas arquiteturas: ascendência provocada pela utilização dos diversos elementos verticais (o que amplia sua perspectiva e acentua sua monumentalidade); a manutenção do sistema na composição, permitindo perfeita harmonia de proporções; a divisão vertical em segmentos realizada não mais por elementos ornamentais, mas pelo próprio volume da construção; e, finalmente, o destaque dado ao segmento central (através da utilização de balcões curvos - projetados em balanço) e o respeito ao esquema tradicional de implantação (com as paredes laterais sobre os limites do lote e fachada alinhada à via pública).

A partir de meados da década de 80, o cinema começou a passar apenas filmes de gênero erótico e pornográfico, chegando a passar inclusive alguns clássicos do filme pornô como: “Império dos sentidos”; “Garganta profunda”, “Coisas eróticas” e “Contos eróticos”. Em sua fase decadente, o horário de funcionamento era de 14h30 às 20h.




Cinema Popular

sábado, 6 de março de 2010

UCI Kinoplex Independência

Visita o site:
http://www.ucicinemas.com.br

Cine Santa Cruz

Localizado na rua Jarbas de Lery Santos n. 1707, na loja 3311, dentro do Santa Cruz shopping, com capacidade total de 324 espectadores em divididas em dois salas, a sala 1 com 193 lugares e a sala 2 com 131 lugares.

O empreendimento fechou suas portas no final da década de 90 e início dos anos 2000.

Poucos anos depois, o espaço foi alugado por outra empresa, vinda do sul de Minas, no qual reformou o espaço e o re-inaugurou em 2003, na segunda edição do Primeiro Plano - Festival de Cinema de Juiz de Fora.

Inaugurado em 15 de julho de 1991, o Condomínio do Edifício Santa Cruz Shopping é um dos primeiros complexos comerciais da Zona da Mata Mineira, consolidado como referência no segmento varejista.

O espaço conta com áreas de alimentação, salas de cinema, parque infantil com diversão eletrônica, amplo estacionamento com 200 vagas rotativas e mais de360 lojas em atividade.

Um complexo de compras e lazer que une moda, conforto e principalmente preços competitivos com qualidade.

Economicamente, o Santa Cruz Shopping contribui para o desenvolvimento do município de Juiz de Fora, proporcionando mais de 120 empregos diretos em sua administração e outros 1.500 empregos indiretos.

Com uma localização estratégica no Centro de Juiz de Fora, o Santa Cruz Shopping se mantém como um pólo de variedades que prioriza o crescimento local, valorizando a indústria, artesanato e cultura de sua região

Teatro Juiz de Fora

A Grande Companhia de Variedades, empresa de Germano Alves, anunciava estréia, no mesmo dia, no teatro Juiz de Fora, do Cinematógrapho Lumière: "maravilhoso a parede apresentando quadros do tamanho do pano de boca do teatro, com auxílio da luz elétrica, sem nenhuma oscilação", informando que era "o primeiro o que o único na América do sul".

O evento aconteceu no dia 23 de julho de 1897, praticamente um ano e meio depois do surgimento do cinematógrafo em sua primeira exibição pública na cidade de Paris em dezembro 1895.

Cine-Theatro Central segundo Ricardo Arcuri


Juiz de Fora sempre foi uma cidade que respirou cultura. Desde o século XIX, já existiam espaços destinados às artes cênicas. Em 1863, é inaugurado o Teatro de Misericórdia, com apresentação do drama "Afonso III" ou "O valido Del-Rey", encenado pelo grupo de alunos do Colégio Roussin. Sete anos depois, a sociedade juizforana recebe o Teatro Perseverança. Também surge o São Sebastião, uma espécie de circo ou lona.

A pequena cidade da Zona da Mata Mineira começa a crescer e o Perseverança não mais consegue atender às necessidades. Resolve-se, então, construir uma casa de espetáculos grande e moderna. Nos últimos dias do Império, inaugura-se o Teatro Juiz de Fora ou Novelli, de propriedade de Alfredo Ferreira Lage. Com programação teatral variada, incluindo artistas locais e de outras localidades, Juiz de Fora passa a ser o grande centro cultural da época. Porém, a notícia de que o Novelli seria demolido por falta de condições de segurança e conforto, abala a população. Juiz de Fora, que já era um pólo industrial e um centro de cultura, ficaria sem teatro.
A necessidade de um teatro era tamanha que, por iniciativa do coronel Jeremias Garcia, foi construído vasto edifício, todo de madeira, na esquina da rua São João com a av. Quinze de Novembro ( Getulio Vargas ), o qual fez época em Juiz de Fora, com a apresentação de notáveis companhias líricas e de operetas italianas. Era o Teatro Variedades.
Ainda estava de pé este teatro, quando se constituiu, em 18 de maio de 1927, a Companhia Central de Diversões, cujo escopo era explorar o negócio de diversões em todo o Estado e construir em Juiz de Fora um grande teatro. Pantaleone Arcuri colocou-se entre os que achavam à frente dessa iniciativa, cabendo-lhe um dos lugares de diretor da empresa, ao lado de Diogo Rocha, Antonio Químico Correa e Francisco Valadares e de Gomes Nogueira, que mantinha em Belo Horizonte dois ou três cinemas.
Foi assim que, no mesmo lugar do antigo e sempre lembrado Polyteama, começa a ser construído em 1928, o Cine-Theatro Central, com o objetivo de ser uma casa de espetáculos à altura do município. Aqui tem início a origem do maior símbolo histórico, cultural e artístico de Juiz de Fora.
O Central surge numa época em que Juiz de Fora despontava como pólo industrial da Zona da Mata Mineira, município de comércio importante e politicamente influente. A cidade estava crescendo, tanto em termos demográficos como fisicamente. Prédios novos estavam sendo construídos, como o do Banco do Crédito Real (1929), a sede da Cia Pantaleone Arcuri (1923 a 1927), o Palace Hotel e a Escola Normal (1930), representantes do início da industrialização brasileira.

A Companhia Central de Diversões é nomeada como responsável pelo trabalho de construção do novo espaço cultural da cidade. A empresa iria implantar uma rede de cinemas, constituída pelo Cine-TheatroCentral, Cine Palace, Rex e São Mateus. O projeto de edificação da nova casa de espetáculos foi executado pela Cia Industrial e Construtora Pantaleone Arcuri. O arquiteto Raphael Arcuri assinou a planta arquitetônica do novo teatro: suntuoso, confortável, acústica perfeita, belo, um exemplo de integração entre arquitetura e artes plásticas, com um amplo e arrojado vão de estrutura metálica, sustentado sem pilares era também o edifício mais alto da cidade. Este vão de estrutura metálica, sustentado sem pilares, deixa de ser mera estrutura para se transformar em objeto estético, sob a ação dos pincéis de Ângelo Bigi, pois a boca de cena e a decoração interna foram feitas pelo pintor.

O pintor Ângelo Bigi conceituou com precisão a data de inauguração do Cine Theatro Central. "Foi um dia emocionante", dizia ele. A cerimônia, de 30 de março de 1929, contou inclusive com a presença do Presidente do Estado, doutor Antônio Carlos Ribeiro de Andrade, além de outras autoridades locais e região. A sessão inaugural trouxe, logo na abertura, "Universal Jornal", seguido pelo drama, em oito atos, de "Esposa Alheia". Uma orquestra foi organizada especialmente para os espetáculos do novo cine-teatro.
 A orquestra dirigida pelo maestro Duque Bicalho, foi formada pelos seguintes músicos: Domingos Rufulo, violino;Ignacy Ryzowsky, violoncelo; José Victor, contrabaixo; Leonardo Oberg, flauta; Luiz Loreto, clarinete;Lucas Tavares de Lacerda, piston; Daniel, saxofone e João Rufulo, bateria.
A iluminação do espaço ficou a cargo de "A Radial", empresa da cidade de propriedade dos engenheiros F. Sangiori & Oliveira. O projeto previa uma profusão de luz em todos os compartimentos do teatro, como era possível de se perceber também na entrada da rua Halfeld naquela época. A iluminação, da maneira como foi projetada, ressaltava as cores da pintura de Bigi, além de proporcionar uma visão da delicadeza dos tons, em algumas partes do trabalho do artista.

A obra assumiu importante papel ao inserir Juiz de Fora no corredor cultural do eixo RJ-SP-BH, especialmente durante os anos 30 e 40, quando foi o palco de grandes produções nacionais e estrangeiras, com a apresentação de destacadas companhias teatrais e líricas da época.

De meados de 50 ao início dos anos 70, o Central foi cenário dos concertos líricos, das peças teatrais, dos shows nacionais e internacionais.
Só em 1983, ou seja, mais de 50 anos depois, é que o espaço foi tombado como patrimônio histórico. Em 1994, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) reconheceu o valor do teatro. Durante sua restauração, o instituto acompanhou as obras.
Embora tenha sido tombado em 1983, foi só em 1994 que o Central foi restaurado. Nesta época, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) adquiriu o teatro com recursos do Ministério da Educação. A partir daí, o Central passou a ser gerenciado pela UFJF e pela Prefeitura Municipal de Juiz de Fora, que providenciaram a restauração do templo cultural da cidade. Atualmente, a administração é de inteira responsabilidade da UFJF.
Os trabalhos de restauração começaram no final de janeiro de 1996, durando oito meses e dez dias. A empresa Espaço – Tempo, especializada em restauração de bens culturais, foi a responsável pela execução do trabalho. Quatro restauradores profissionais foram contratados para coordenar as células de trabalho, formadas por estudantes dos cursos de Artes e Arquitetura e Urbanismo da UFJF. As pinturas do forro estavam descascando e continham grande quantidade de fungos e sais. Além disso, haviam manchas causadas pela inflitração da chuva e as paredes estavam estragadas. Os restauradores tiveram que remover quilômetros de pintura. Ao todo, foram mais de 3 mil metros quadrados de pintura decorativa.
No dia 14 de novembro de 1996, Juiz de Fora teve o privilégio de receber, de volta, o Cine Theatro Central. Desde então, o espaço é palco para diversas manifestações artísticas da cidade.

Em 2004, o Cine-Theatro Central fez os seus 75 anos com grande festa.
Crônica

Fonte: Tribuna de Minas, Site de Ricardo Arcuri, Paulino de Oliveira

Cine Palace


quarta-feira, 3 de março de 2010

Cine Rex

Uma das raras salas de cinema que funcionavam fora do centro de Juiz de Fora, o Cine Rex era localizado na rua Doutor Duarte de Abreu, nº 58, no bairro Mariano Procópio.

Fundado em 1925 foi um dos empreendimentos de exibição cinematográfica com a mais longa história da cidade de Juiz de Fora. O Cine Rex permaneceu em atividade de 1925 até 1979, ano de sua desativação.

Figurando entre duas categorias características de sua época, a de “cinema de rua” e de “cinema de bairro”, o Cine Rex permaneceu durante muitos anos administrado pela empresa Cia. Central de Diversões, que chegou a administrar diversas salas simultaneamente em Juiz de Fora.

Infelizmente, o espaço onde se exibia filmes deu lugar a diversas atividades musicais e eventos em geral apagando de vez na memória do bairro Mariano Procópio os traços da exibição cinematográfica que ali permaneceu presente no decorrer de cinqüenta e quatro anos.

Hoje, o cinema permanece desativado. Porém, o imóvel, já decadente, esporadicamente é aberto para abrigar eventos de dança e afins, através de sua empresa proprietária Rex Dancing Shows Ltda.


Cine-Theatro Paz

as Inaugurado em 10 de janeiro de 1920, por iniciativa do comerciante, ex-fazendeiro e político, em Bicas (MG), José Ribeiro de Oliveira e Silva, o Cine-Theatro Paz através de sua empresa a J. Ribeiro & Cia., tendo como gerente Edgard Victor Foureaux.

O cinema destacava-se na Halfeld na década de 20. Ele foi apresentado como uma casa de diversões de primeira ordem, que oferecia conforto e bem-estar, acomodações amplas e números variados tanto na tela quanto no palco. Uma casa de diversões à altura do adiantamento e alto grau de civilização de Juiz de Fora.

O Cine-Theatro Paz encerrou suas atividades em 30 de março de 1929.



Cine-Theatro Central





Com mais de 3 mil lugares, inaugurava se no dia 30 de março de 1929, no lugar pertencido ao Polytheama, uma ampla casa de espetáculos de propriedade de Francisco Valladares, presidente da Companhia Central de Diversões, e era então batizado de Cine-Theatro Central. O filme de inauguração foi “Esposa Alheia”. no evento, contou com a ilustre presença de Antonio Carlos Ribeiro de Andrada, então presidente do estado de Minas Gerais.

Com a inauguração do Cine-Theatro Central, os cinemas Paz e Polytheama deixaram de funcionar.

Quase um ano depois, no dia 17 de fevereiro de 1930, ele exibia o primeiro filme depois do advento do som: “O cantor de Jazz”.

O projeto do Cine-Theatro Central reflete as aspirações culturais da sociedade juizforana das primeiras décadas do século XX, ditadas pelo estilo de vida europeu. A suntuosidade da ornamentação interna revela a visão da sociedade juizforana sobre si mesma, numa época em que a cidade colecionava títulos pomposos como a "Manchester mineira" ou a "Barcelona mineira", referências ufanistas industriais e a sua tradição cultural.


Em contraste com o esplendor de seu interior, o prédio do Central apresenta fachadas que foram consideradas simples na época. Tal opinião devia-se ao fato de que a arquitetura do Central e distingue-se de outros imóveis construídos pela Pantaleone Arcuri no mesmo período - por ter um caráter inovador, orientado por linhas retas e pela tendência de geometrização da arquitetura Art Décor, concebida pelo arquiteto Raphael Arcuri. Em alta na Europa e nos Estados Unidos, a Art Décor era uma novidade para Juiz de Fora, o que em 1927 levou o diretor de obras públicas municipais, ao analisar as plantas para liberar a licença para a construção do Central, a observar em seu parecer que a fachada simples poderia ser substituída futuramente por outra “condizente com a importância” da Halfeld.

O Cine-Theatro Central recebeu grandes companhias líricas, orquestras e espetáculos teatrais. Os lugares de seus camarotes só eram vendidos durante apresentações de teatro e ópera, quando eram ocupados pelas famílias mais tradicionais da cidade: a elite do comércio, da indústria, da política e dos profissionais liberais - todos os engalanados para a grande de ocasião. O público também lotava o Central, aos sábados, entre a década de 40 e 50, para participar dos programas de auditório da Rádio Industrial, que traziam a Juiz de Fora grandes nomes da era do rádio, como as cantoras Adelaide Chiozzo e Eliana. O primeiro espetáculo exibido no Central foi a “Esposa Alheia” um filme dividido em oito atos e exibido após a apresentação da orquestra do teatro.


O Central é o principal exemplar arquitetônico de uma época em Juiz de Fora, os anos 20, período em que foram construídos importantes edifícios como o prédio do Banco de Crédito Real (1929) e a sede da Cia. Pantaleone Arcuri (1923 a 1927), o Palace Hotel (1929) e a Escola Normal (1930), símbolos do início da industrialização no Brasil, fase bem representada por Juiz de Fora e ainda pouco valorizada. Tombado pelo Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, o teatro sempre foi mais do que uma casa comercial. É um centro de cultura e alvo do afeto da população. Espaço cultural de uso múltiplo, o Central é um dos principais teatros do pais. Seu palco foi projetado para apresentações de óperas, balés e orquestras, mas o teatro também teve sua importância fundamental no cinema. A exibição dos filmes era antecipada por um prefixo, a pequena ópera “Cavalleria Rusticana” do italiano Mascagni. Nos anos 70, com a platéia vazia, sinal dos tempos, bom mesmo era pagar o ingresso e assistir às sessões duplas.

O prédio do Central é um exemplo entre a arquitetura e as artes plásticas. O amplo e arrojado vão de estrutura metálica, sustentado sem pilares, deixa de ser mera estrutura para se transformar em objeto estético, sob a ação dos pincéis e Ângelo Biggi. Italiano radicado em Juiz de Fora após a Primeira Guerra Mundial, Biggi decorou o interior do teatro, produzido um dos grandes trabalhos da pintura mural da cidade. No teto, ele inseriu medalhões com efígies de grandes mestres da música: Vagner, Verdi, Beethoven e Carlos Gomes. Nas paredes, "abundante e compacta ornamentação".

A obra dos Cine-Theatro Central assumiu importante papel ao inserir de Juiz de Fora no corredor cultural do eixo RJ-SP-BH, especialmente durante os anos 30 e 40, quando foi palco das grandes produções nacionais e estrangeiras, com apresentações destacadas companhia teatrais e líricas. De meados dos anos 50 e início dos anos 70, o Central foi cenário de concertos líricos do Teatro Experimental de Ópera de Juiz de Fora. Na década de 70, o Cine-Theatro - uma das únicas casas do país adequada para receber quase todos os gêneros de espetáculos, integrou o “Circuito universitário”, que trouxe a Juiz de Fora alguns dos mais importantes nomes da MPB, como Milton Nascimento, Chico Buarque e Gonzaguinha.

Apesar dos desgastes provocados pelo tempo, da precariedade das instalações elétricas e hidráulicas, sujeitando o patrimônio à ameaça de incêndio, resistiu como cenário cultural de grandes eventos nos anos 80 e início dos 90, época em que recebeu nomes como Tom Jobim e Arthur Moreira Lima e Wagner Tiso. Desencadeou-se a campanha de aquisição do prédio e sua restauração. Adquirido pela Universidade Federal do Juiz de Fora, passou a ser gerenciado em parceria entre UFJF e prefeitura.

E o custo da desapropriação da Companhia Franco-Brasileira custou aos cofres públicos e a quantia de U$ 2,1 milhões de dólares paga pelo ministério da educação através do governo federal e doado à Universidade Federal do Juiz de Fora. A solenidade oficial de compra do imóvel ocorreu no dia 07 de maio de 1994.

Em 1995 foi fechado para as obras de restauração, que recuperaram toda beleza e grandiosidade do teatro, que, re-inaugurado em 14 de novembro 1996 voltou a ser palco de grandes espetáculos.

Uma curiosidade é que o prédio do Cine-Theatro Central foi a primeira construção de concreto armado da cidade de Juiz de Fora. A empresa responsável pela restauração foi a Espaço Tempo, de Maximiniano e Martha Fontana.



A reforma do Cine-Theatro Central





Foi preciso remover camadas de tinta, poeira, mofo e descaso para redescobrir o esplendor do Cine-Theatro Central do passado. O resgate de um patrimônio como este era algo complexo e demandava mão-de-obra especializada e recursos que só seriam reunidos com o empenho de muitas fontes.

O caminho se abriu com a inclusão do espaço cultural no Programa de Incentivo à Cultura, a Lei do Mecenato, o que possibilitou o apoio financeiro de grandes empresas ao projeto de restauração, beneficiando-se, em contrapartida, de incentivos fiscais. Não demorou para que toda a verba fosse captada e a reforma, orçada em aproximadamente R$ 2 milhões, tivesse início em janeiro de 1996.


A recuperação do edifício ficou sob o encargo da empresa especializada Espaço-Tempo, de Belo Horizonte, vencedora da concorrência realizada para contratar a restauração. Durante mais de oito meses, quatro restauradores profissionais coordenaram as células de trabalho de equipes formadas por estudantes de artes, arquitetura e urbanismo da Universidade Federal de Juiz de Fora, que se equilibraram sobre uma plataforma de 500 metros quadrados para a tarefa de limpeza, fixação e restauração das pinturas de Ângelo Bigi no forro.


Sob nada menos do que sete camadas de tinta, os restauradores localizaram, no foyer do teatro, quatro figuras femininas que integravam a ornamentação artística original, de autoria de Bigi, mas há muito encobertas e, portanto, desconhecidas do público atual. A retirada de pinturas das paredes também revelou desenhos decorativos do artista italiano nas escadas, no balcão e na boca de cena.

Todo o trabalho, que foi acompanhado atentamente pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), incluiu obras de recuperação do prédio, com troca de telhado, reforma de instalações elétricas, de poltronas e camarotes, instalação de equipamentos e mecânica cênica, que colocaram a "engrenagem" do velho teatro em funcionamento outra vez.

O Cine-Theatro Central estava pronto para mais uma noite histórica. Sete décadas depois, em 14 de novembro de 1996, o edifício foi oficialmente reinaugurado. Ali estava de volta, em cores revigoradas, o grande templo da cultura de Juiz de Fora, um dos maiores patrimônios arquitetônicos da cidade, o palco definitivo das grandes emoções e da criação artística.


quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Cine Theatro Auditorium Benfica




O antigo cinema da FEEA, quando em funcionamento nos anos 50.


terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Panfleto Comercial da Paramount da Década de 20

Panfleto Comercial da Paramount - Década de 20

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Cine-Theatro Variedades

No dia 22 de janeiro de 1926, na esquina da rua São João Nepobuceno com a Avenida 15 de novembro (cujo nome hoje é Avenida Presidente Getúlio Vargas), inaugurava-se bem no centro de Juiz de Fora, o “Cine-Theatro Variedades”, administrado pela empresa Garcia & Filho, cujo gerente era João Carlos Garcia (que também era sócio) e seu auxiliar Tenente Alfredo Amaral.

O “Cine-Theatro Variedades” tinha capacidade de 3500 espectadores. Em sua inauguração, o filme exibido foi o "Gaviões do mar".


sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Cine Veneza

No pleno verão de 1987 era inaugurado o Cine Veneza na Avenida Barão do Rio Branco nº 2582. A sala era de propriedade da empresa Cinematográfica Sercla.

O filme em cartaz era “Crocodilo Dundee”, filme australiano estrelado por Paul Hogan e dirigido por Peter Faiman. Durante o coquetel de inauguração, ocorrido dia 27 de janeiro daquele ano, várias personalidades do meio artístico, político e cultural estavam presentes.

A sessão de inauguração ao público em geral só aconteceu dois dias depois, no dia 29 de janeiro de 1987.



Cine-Theatro Glória

Com pequena capacidade de acomodações, no dia 28 de fevereiro de 1929, inaugurava-se na rua Halfeld nº 615, exibindo “A dama das camélias” o Cine-Theatro Glória.

Instalado num prédio simples, com sacada, no local onde hoje está a Galeria Constância Valadares, que os rapazes iam toda semana assistir aos seriados e faroestes.

O cinema não tinha muito conforto, com suas cadeiras de madeira, mas era nele que a população se informava sobre a Segunda Guerra Mundial, assistindo cinejornais com notícias do conflito exibidos aos domingos numa sessão relâmpago, às 10 da manhã.

O proprietário do cinema era o Coronel Benjamim Guimarães.

O Cine-Theatro Glória também foi palco de diversas montagens teatrais como as de Procópio Ferreira, que fazia temporada de 15 dias na cidade, apresentando uma peça diferente a cada dia. A sala ficava sempre cheia. Numa dessas jornadas teatrais, um clássico do teatro brasileiro, a peça “As mãos de Eurídice”, ficou em cartaz uma semana no Glória.

Mas foram os faroestes que deixaram sua marca no cinema. Na época sua demolição, para a construção da atual galeria, a piada corrente era de que só o chumbo das balas, recolhido dos tiros trocados entre bandidos e mocinhos na tela, será suficiente para pagar o custo do terreno.


Cinema Ideal

Pouco mais de uma semana depois da inauguração do “Cinema Halfeld”, precisamente no dia 26 de novembro de 1915, inaugurava-se o “Cinema Ideal” na mesma rua Halfeld, de esquina com a rua Batista de Oliveira.

O cinema, de propriedade de Alfredo Amaral, chegou trazendo mais espaço e novidades cinematográficas para a população local.